É preciso lembrar que, além de lenta, a questão está sendo discutida em ano eleitoral
Colaboração de Daniel Uchoa
Na
visita deste domingo (7) pela manhã ao Parque Dona Lindu, o prefeito do
Recife, Geraldo Julio (PSB), disse que vai dar o ponta pé para começar
os procedimentos para transformar Setúbal num bairro oficialmente. Ele
ressaltou o sentimento de pertencimento das pessoas. Mas isso não basta.
É
preciso seguir regras e dar andamento a um processo não habitual da
cidade. Discutir o assunto na Câmara, em audiências públicas, com outros
órgãos. Diversas mudanças precisam ser feitas: desde contagens em
pesquisas e estudos, a exemplo daqueles realizados pelo IBGE.
Refazer uma divisão significa também mudar os cadastros de IPTU, dos Correios, da Compesa, da Celpe, entre outros.
"Não é só a gente tomar a decisão e dar uma canetada. Tem que fazer um processo que envolve vários regulamentos e legislação", lembrou Geraldo. Mas que garantiu que vai "iniciar os procedimentos". Na prática, é difícil que o procedimento ganhe velocidade em ano eleitoral.
O
prefeito compareceu ao segundo encontro canino pelo ParCão Lindu,
organizado pro um grupo de moradores, que pede a criação de uma área
exclusiva para cães num espaço subutilizado do equipamento.
A
divisão em Regiões Político-Administrativas (RPAs) é estabelecida para
efeito de planejamento, gestão e levantamento de dados socioeconômicos.
Pelo fato de a organização da cidade ser feita dessa forma, a elevação a
bairro não necessariamente significaria uma grande transformação para
Setúbal em termos de ações e políticas de educação e saúde, por exemplo.
No
entanto poderia ajudar a focar o olhar dos gestores públicos para o
local. A representação social e o diálogo junto aos órgãos e
instituições públicas também poderiam ser fortalecidos. A associação de
moradores do bairro, por exemplo, poderia ter sua voz amplificada.
Além
disso, não existem hoje dados próprios de Setúbal, a exemplo de números
que envolvam a segurança pública. As estatísticas ficam perdidas nas
contagens de Boa Viagem. Em teoria, as questões de trânsito e mobilidade
poderiam ser melhor segmentadas. Os imóveis, por sua vez, tendem a
valorizar-se e mudar de configuração.
Um pouco de história - O primeiro instrumento que determinou a localização dos bairros formalmente data de 1988. Foi um decreto legislativo, quando o atual senador Jarbas Vasconcelos estava à frente da prefeitura.
Depois,
em 1997, com Roberto Magalhães, que também foi governador do Estado,
veio a lei municipal que instituiu as Regiões Político-Administrativas
(RPAs).
Na época, foram criadas 12
RPAs. Em 2008, veio o Plano Diretor e o Recife passou a ser dividido em
seis RPAs. Cada uma é formada por três microrregiões. Ou seja, no total,
a capital é dividida em 18 microrregiões.
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