Ator Sérgio Mamberti participou: 'Estou aqui para defender liberdade sexual'.
Do G1 PE
Balões pretos lembram batalha pela criminalização da homofobia, na Parada da Diversidade do Recife (Foto: Luna Markman / G1) |
A 13° Parada da Diversidade começou o desfile, por volta das 13h deste domingo (21), levando uma multidão pela Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Doze trios animaram o público, que se misturou aos frequentadores da praia, nessa tarde de sol. Mais cedo, shows e perfomaces ocorreram no palco da Praça Dona Lindu, ponto de concentração do evento. A Polícia Militar estimou o público presente entre 75 mil e 80 mil pessoas.
A festa é uma forma de protesto da população LGBT, que hoje recebeu duas notícias do governo municipal: o lançamento de uma política de saúde integral e a reserva de vagas nos cursos de qualificação profissional oferecidos pelo poder público.
O gerente de Livre Orientação Sexual, Wellington Pastor, ligado à Secretaria de Desenvolvimento e Direitos Humanos, informou que a Prefeitura do Recife vai lançar, na próxima sexta-feira (26), o Programa de Saúde Integral da População LGBT. "O objetivo é permitir o acesso dessas pessoas aos serviços de saúde. Envolve formação e capacitação dos profissionais para melhor atendimento e criação de um ambulatório específico para pessoas trans, que muitas vezes, por preconceito, terminam não acessando essas unidades", explicou.
Pastor também anunciou a destinação de vagas em cursos profissionalizantes para a população LGBT, que tem dificuldade em se inserir no mercado de trabalho, tema de reportagem especial do G1, publicada neste domingo. "A gente sabe que ainda existem muitas barreiras que impedem a contratação dessas pessoas, principalmente as transexuais, então a Secretaria de Juventude e Qualificação Profissional está firmando um projeto, até o final do ano, para direcionar 10% das vagas nos cursos e encaminhar ao Sistema Único de Emprego", disse.
A coordenadora do Fórum LGBT e organizadora da Parada, Íris Silva, afirmou que essas medidas são demandas levantadas em conferências realizadas pelo movimento. "Já saiu, nacionalmente, uma portaria [nº 2.803/2013, do Ministério da Saúde] sobre esse programa, e agora cabe aos estados e municípios implantarem. Só acho que a gente tem que sentar com a Prefeitura para discutir essa política, porque ela vai ser apresentada e a gente não se debruçou ainda sobre ela. Hoje, o nosso maior problema é na área do acolhimento. Já a reserva de vagas nos cursos é muito positiva, apesar de a gente ver que algumas empresas já estão contratando homossexuais aqui no estado", afirmou.
O agenciador de passeios Romário Mendonça, 20 anos, e a estilista Mag Alves são exemplos de pessoas que podem ser beneficiadas com essas novas iniciativas. Romário é homossexual e contou que, certa vez, foi mal recebido em uma unidade de saúde. "O recepcionista não quis me atender por preconceito, estava com febre e demorou muito para um médico me ver", disse. Já Mag é transformista e afirmou que foi discriminada no ambiente de trabalho. "Eu gostaria de me vestir sempre como mulher, mas ia trabalhar como homem, apenas o cabelo era grande. Meu chefe mandou eu cortar para não agredir a clientela. Eu me demiti e abri a minha própria loja", contou.
A festa é uma forma de protesto da população LGBT, que hoje recebeu duas notícias do governo municipal: o lançamento de uma política de saúde integral e a reserva de vagas nos cursos de qualificação profissional oferecidos pelo poder público.
O gerente de Livre Orientação Sexual, Wellington Pastor, ligado à Secretaria de Desenvolvimento e Direitos Humanos, informou que a Prefeitura do Recife vai lançar, na próxima sexta-feira (26), o Programa de Saúde Integral da População LGBT. "O objetivo é permitir o acesso dessas pessoas aos serviços de saúde. Envolve formação e capacitação dos profissionais para melhor atendimento e criação de um ambulatório específico para pessoas trans, que muitas vezes, por preconceito, terminam não acessando essas unidades", explicou.
Pastor também anunciou a destinação de vagas em cursos profissionalizantes para a população LGBT, que tem dificuldade em se inserir no mercado de trabalho, tema de reportagem especial do G1, publicada neste domingo. "A gente sabe que ainda existem muitas barreiras que impedem a contratação dessas pessoas, principalmente as transexuais, então a Secretaria de Juventude e Qualificação Profissional está firmando um projeto, até o final do ano, para direcionar 10% das vagas nos cursos e encaminhar ao Sistema Único de Emprego", disse.
A coordenadora do Fórum LGBT e organizadora da Parada, Íris Silva, afirmou que essas medidas são demandas levantadas em conferências realizadas pelo movimento. "Já saiu, nacionalmente, uma portaria [nº 2.803/2013, do Ministério da Saúde] sobre esse programa, e agora cabe aos estados e municípios implantarem. Só acho que a gente tem que sentar com a Prefeitura para discutir essa política, porque ela vai ser apresentada e a gente não se debruçou ainda sobre ela. Hoje, o nosso maior problema é na área do acolhimento. Já a reserva de vagas nos cursos é muito positiva, apesar de a gente ver que algumas empresas já estão contratando homossexuais aqui no estado", afirmou.
O agenciador de passeios Romário Mendonça, 20 anos, e a estilista Mag Alves são exemplos de pessoas que podem ser beneficiadas com essas novas iniciativas. Romário é homossexual e contou que, certa vez, foi mal recebido em uma unidade de saúde. "O recepcionista não quis me atender por preconceito, estava com febre e demorou muito para um médico me ver", disse. Já Mag é transformista e afirmou que foi discriminada no ambiente de trabalho. "Eu gostaria de me vestir sempre como mulher, mas ia trabalhar como homem, apenas o cabelo era grande. Meu chefe mandou eu cortar para não agredir a clientela. Eu me demiti e abri a minha própria loja", contou.
Ator Sérgio Mamberti participou da Parada da Diversidade, no Recife (Foto: Luna Markman / G1) |
ViolênciaO trio da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans-PE) lembrou o caso de João Antônio Donati, um jovem gay de 18 anos assassinado em Goiás, ao ler uma carta pendindo respeito aos direitos LGBT. Balões pretos também foram soltos no ar para marcar a luta pela criminalização da homofobia no País. Há um projeto de lei, cuja autoria é da Câmara Federal, tramitando sobre o tema.
O agenciador de passeios Diego Cordeiro, 20 anos, já sofreu violência gratuita no meio da rua por ser homessexual. "Eu estava saíndo do meu trabalho quando um homem desceu do carro e me deu um soco, do nada, só porque disse que não gostava de gay. Até hoje tenho a marca dessa agressão no meu olho", lamentou.
O ator Sérgio Mamberti foi um dos homenageados da Parada da Diversidade e, em seu discurso, também levantou a bandeira contra a homofobia. "É uma luta longa e esse projeto de lei tem que ser aprovado. Estou aqui para defender a liberdade sexual, me juntar a este grito", apontou. Durante o Governo Lula, entre 2003 e 2006, Mamberti fez parte da Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural.
Ocorrências policiais
No final da tarde, o tenente-coronel Ricardo Barbosa, comandante do 19º batalhão da Polícia Militar, responsável pela segurança pública na parada, informou que aproximadamente 40 pessoas terminaram detidas por envolvimento em brigas. O grupo foi encaminhado à delegacia móvel da Polícia Civil, que estava montada no 3º jardim de Boa Viagem.
O delegado Luciano Siqueira, de plantão no evento, disse que pelo menos 29 pessoas foram autuadas em flagrante por perturbação do sossego e da ordem pública. Os adultos assinaram um termo circunstanciado de ocorrência e foram liberados. Os menores foram encaminhados aos responsáveis. Nenhum crime de morte foi registrado.
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/09/parada-da-diversidade-atrai-multidao-boa-viagem-na-zona-sul-do-recife.html
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